Mudanças na tecnologia, telecomunicações, globalização e transformações nos métodos de produção estão entre os fatores que provocaram uma progressiva aceleração do tempo desde os anos 1950, fortalecendo a ideia de efemeridade na indústria da moda. Essa indústria, junto com o capitalismo, criou ao longo dos anos um padrão de consumo que tem como base o tripé: baixo custo de produção, rápida distribuição e preços atrativos.
O apelo ao consumo frenético através da lógica do Fast Fashion fez com que sua cadeia produtiva alcançasse um patamar desumano. Tragédias ambientais e humanas causadas pela exploração dos recursos têm feito parte do cotidiano dos noticiários, o que reforça a necessidade de repensar as formas de produção e consumo atuais.
O movimento Slow Fashion congrega um conjunto de pessoas que defendem valores de empatia e ecologia, surgindo contra as formas de produção que visam à eficiência para o crescimento econômico rápido. É também possível encontrar a definição de que o Slow Fashion é um movimento que fortalece a conexão do consumidor com a roupa e com seus designers, incluindo valores de comunidade e diversidade.
Ao contrário do que pode parecer à primeira vista, a “moda lenta” não é exatamente sobre a velocidade da produção ou do consumo. Esse “lento” do Slow diz respeito muito mais à uma valorização do tempo do que a tomada de um longo tempo para a realização de algo. Baseado no fazer manual, na produção local, na reutilização de peças e na confecção em escala reduzida, o Slow desperta para o consumo consciente de moda. Ao contrário do Fast Fashion, a moda lenta prioriza a qualidade antes da quantidade, valorizando a moda ética, ecologicamente correta, transparente e criativa.